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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2017

Demito-me!

Venho por este meio, demitir-me das funções que desempenhei ao longo de 28 anos como cidadã portuguesa em Portugal. Ao longo dos anos desempenhei a minha função da melhor forma que soube, com altos e baixo e alguns erros à mistura, nomeadamente na tomada de decisões e na tomada de posição que fui alterando consoante o meu crescimento enquanto cidadã. Durante 17 anos ocupei funções de estudante, procurando sempre participar activamente nas actividades dinamizadas pelas escolas nas quais trabalhei, representando às mesmas em eventos regionais e nacionais. Após, o meu período de estudante, desempenhei activamente as minhas funções enquanto desempregada, nunca negando nenhum curso de formação, tendo até feito inscrições de livre vontade. Depois como funcionária por contra de outrem, nunca deixei de fazer os meus descontos para a segurança social e para o IRS, o que decerto me colocou na lista dos bem comportados. Desta feita, as razões que me levam a pedir a demissão relacionam-se com...

O marasmo da escrita

A inércia de pensamento e de criatividade é o maior inimigo de um escritor. Não que me considere escritora, mas só alguém de se refugia nas letras e tem uma necessidade vital em escrever. Talvez sejam os constantes "nãos" que tornem a insistência numa paralisação de pensamento. E que pensamento! O despertar para a criatividade pode demorar horas, dias, meses. E, apesar de ter escrito um livro recentemente, hoje não consigo escrever. A culpa não será das letras decerto. É a pasmaceira de vida, um tanto desinteressante do ponto de vista poético e melancólico que não me traz inspiração. Estou farta de histórias de amor. As mensagens de tragédia já lá vão. Agora precisava de um sentimento novo, algo desafiante e desafiador que despertasse a vontade de escrever que há em mim. Parece-me redundante e absurdo escrever um texto sobre a apatia da escrita, a desmotivação e a consciência de que nem todos somos "José Rodrigues dos Santos" - isto pela capacidade incontornáve...

O país das demissões

Imagem em  link Parabéns! Portugal acaba de ganhar o record do Guiness em termos de demissões governamentais e não só. Desde os pedidos irrevogáveis que o nosso país estava a tentar alcançar este feito histórico e finalmente conseguiu. Numa semana dois cargos de destaque e responsabilidade no nosso país ficaram vagos. A abertura dos concursos para "Quem tem uma cunha maior para liderar a Administração Interna e a Protecção Civil", os candidatos nem sequer precisam de se apresentar, têm apenas de contactar um grande amigo com um cargo de topo.  Não quero pôr em causa as razões que levaram as estas demissões, as motivações dos que se demitiram e as possíveis pressões que, como dizem por aí, sofreram.  Não. Eu contento-me com este título de país demissionário. É um excelente cognome que certamente orgulhará as gerações vindouras. Só mostra que somos um país de ação, isto é de #estou-menastintas e de #finalmenteférias. Dá-nos até um ar de revolucionários, pena ...

Cinzas

Não perdi nada, mas perdi tudo. Perdi a cabeça e o norte. Quando num abrir e fechar de olhos vi as chamas na minha cidade, em Santa Comba Dão. Eu que vivo no centro tive medo do que podia acontecer apesar de estar perto do quartel dos bombeiros. Sem luz e sem comunicações a única forma de saber de alguns familiares foi a correr pela cidade, ficando a angústia de não saber daqueles que estavam nas aldeias. Amigos e conhecidos perderam casas, carros e postos de trabalho. Cinco pessoas perderam a vida. O cheiro a fumo vai desaparecer, mas nada apaga a dor e o sentimento de impotência. Restam agora os relatos de desespero e as lágrimas. Restam as boas ações e a recolha de bens. Ainda não há luz, água nem comunicações em muito lado. Os dias 15 e 16 de outubro serão sempre o dias das cinzas. E o ano de 2017 será mais um para a história fatídica dos incêndios. As conspirações do negócio do fogo e a demissão ministra não interessam para esta equação. Importa perceber os estragos. Sab...

Ao nosso Guterres

Imagem em  link António Guterres é o nosso Cristiano Ronaldo da paz. É o Dalai Lama português. É o Chuck Norris da negociação. O engenheiro lisboeta que governou o nosso país e é incontestavelmente um homem humano que nos tem surpreendido ao longo dos anos com a sua bondade e dedicação aos outros. Como Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados travou duras batalhas ao longo de dez anos, e andou no terreno junto daqueles que precisavam de ajuda. Sem hesitar cumpriu. Hoje, o nosso Secretário geral da Organização das Nações Unidas tem o Mundo nas mãos. Tarefa árdua esta de moderar e de apelar à paz num Mundo sem rumo e em destruição. Admiro a coragem de quem, como ele, tenta acalmar os ânimos entre os Estados Unidos da América e Coreia do Norte. Admiro a mensagem que transmite com o rosto carregado de preocupação e desassossego. O nosso Guterres é como um super herói da vida real que luta todos os dias por um Mundo melhor, que quer manter a paz e a harmonia. Não ...

Trump aceitas jantar comigo?

Foto em  link Adorava jantar com Donald Trump. Não que o admire. Mas gostava de falar com ele. Gostava de lhe perguntar como é ser tão poderoso, tão temido e tão odiado ao mesmo tempo. Perguntava-lhe também quais são as suas maiores aspirações. Explicava-lhe como tudo pode ser melhor sem armas nucleares, bombardeiros e mísseis intercontinentais à mistura. O clima ia azedar quando lhe dissesse que não deve ser tão preconceituoso, nem julgar o livro pela capa, como se costuma dizer. Pedia-lhe para não haver barreiras e muros no Mundo e não fechar os Estados Unidos da América. Podíamos falar igualmente do seu arquiminigo, mas ele não ia gostar muito da conversa. A meio do jantar dizia-lhe, mais uma vez, que abomino violência seja de que maneira for. E depois falava-he um pouco de nós, portugueses, de como somos pacíficos, no geral, simpáticos e hospitaleiros. Ensinava-o a ser mais como nós, feliz. Contava-lhe que por cá não há inimigos intercontinentais e há pessoas com mui...

Mercado do desemprego

Imagem em  Link Muito se ouve falar no mercado de trabalho, mas não se fala no mercado do desemprego. Sim, porque os desempregados também competem entre eles. Conforme os mais velhos falam em doenças, os desempregados falam nas entrevistas a que já foram e nas formações que tiraram. O mercado do desemprego é desigual. Encontra-se mais facilmente um doutorado em paleontologia, do que um bom ponta de lança para fechar o plantel. Há desempregados de longa duração que muitas vezes já não são desempregados, porque estão a tirar a sua décima sexta formação pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional. Alguns tanto frequentaram cursos de informática, como de línguas, como de costura, ou de cozinha. Nessas formações também aparecem jovens sem experiência profissional mas, por norma, preferem os inscritos que recebem subsídio de desemprego. Existem desempregados perto da idade da reforma, que apesar dos profissionais do referido instituto saberem que não os vão ajudar a encont...

O povo (não) tem direito

No dia 1 de Outubro, dia em que muitos portugueses não exerceram o direito ao voto, muitos dos nuestros hermanos foram violentados à boca das urnas. Por cá, a abstenção continua a atingir percentagens elevadas levando a crer que nós não nos importamos com quem nos vai governar. Por lá, foi um referendo desumano que parece irreal. Os portugueses continuam a desacreditar nos políticos, mas ainda assim elegem sem pensar. Uns não votam e preparam desculpas de quem pouco se importa. Esses, os não votantes, são os primeiros a criticar, a julgar, a pisar, mas afinal em nada ajudam a traçar o destino do seu concelho e da sua freguesia. Os catalães querem decidir o seu rumo, num desejo que já não é de agora, mas são proibidos e punidos. Por aqui é bom lembrar que em ambos os países vivemos em democracia. A democracia é o direito do povo. Nós tivemos o direito, e como aos direitos estão inerentes os deveres, para mim, nós também tivemos o dever de eleger e de participar. Os nuestros herma...

Deixemo-nos de tretas, sim?!

Não há um dia em que não me preocupe com o futuro do meu filho. E,  caro que com o de todas as outras crianças inocentes. Mas como o vou educar neste mundo ao contrário?! Como o vou ensinar a ser bom, se nós passamos a vida a destilar ódio uns aos outros?! Vou dizer-lhe que tem se ser justo, para quê? A justiça é desigual. Pelo menos por cá. Uns pagam cauções milionárias e passeiam livres, e outros porque não tem o que comer vão presos. Isso é justiça?! Não me parece. Se lhe disser "tens de aceitar as diferenças", é melhor não o deixar ler alguns comentários nas redes sociais. Como lhe vou explicar que ser mulher e ser homem é igual?! Que ser homem e depois ser mulher ou vice-versa, é igual?! Que temos todos os mesmos direitos?! Espero que quando ele for maior o mundo seja mais tolerante para os homens que Amam homens e para as mulheres que Amam mulheres. Como o vou ensinar a respeitar os mais velhos, quando há pessoas que nem o assento do autocarro cedem?! E a respeita...